O ar parece fugir do peito
A exposição de quadros fugindo
E os olhos não acompanham
O que as cores não seguem
Tudo é gigantesco ali
O simples e o bruto
Soam como mais
Mentes terminando livres
Balões de gás saturando a sala
E acelerando, sentimos
O que não pode ser tocado
Montes de plástico dormente
O sutil e o sublime
Soam como menos
Muros quebrando em pedaços
Bicicletas abandonadas no pátio
E os pés não param
De pedalar idéias rápidas
Pilhas de ferrugem corrosiva
O puro e o tolo
Soam como maior
Vidros estilhaçando no alto
A abertura da lente mostrando
E desejando, alcançamos
Tudo o que pudermos agarrar
Bolsas de alças curtas
O frágil e o forte
Soam como o menor
A dor parece sumir no meio
O galopar de esculturas subindo
E a mão não alcança
Os dedos esticam-se em vão
Nada envelhece ali
O belo e o grotesco
Soam como o mesmo
Portas se fechando, ranger
O cheiro do ácido nauseando todos
E parando, perecemos
Nada dura para sempre no tempo
Vales de carbono distantes
O perfeito e o impecável
Soam diferentes
Alamedas desmoronando, e o aço
Antigos motores descansam no espaço
A boca se abre, babando
Deixando nebulosa escorrer
O lixo e o novo
Soam como pouco
E quando muito for o caos, realizado
Haverão corvos procurando por mim
Estarei longe, acostumado
A dizer mais não do que sim
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