19.2.09

Sem Sentido

No fundo de uma garrafa, um Velho Oito
Respostas para calafrios e solidão
O perfume asqueroso do alcatrão
Beijando a boca de um amante tolo

Cinza é a cor da melhor fumaça
Ás, dama e rei de ouros
Só os perdedores sabem disso
Não há na sorte amor verdadeiro
Só putas gordas com dentes podres

O sentido da vida é drenar aos poucos
Tudo aquilo que se pode perder
Sangue, amor, suor e dinheiro
Perdem-se aos poucos por se viver

Na esquina do banco com a rua dos olhos
Toda paixão que um homem pode ter
Se um engravatado sorri ao passar
Navalhas e línguas cortam como o preço

Tristeza é se trancafiar em caixas de sapato
Que custam caro, que cobram caro
Sem nunca ver a luz do dia
Felicidade é comer com os ratos
Que custam pouco, que cobram pouco

O sentido da morte é sugar aos poucos
Tudo aquilo que se pode querer
Corpos, unhas, dentes e um pedaço
Daquele evento sem lógica que chamam viver

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