Desgarrado, expulso, o lobo negro
Uiva só, à Lua cheia
Sente ainda o odor da matilha
Irmãos e irmãs de uma vida inteira
Solitário, moribundo, o lobo negro
Acorrentado à própria solidão
Desejando nunca ter tido a vida
Que de saudade o atira à escuridão
Sedento, ofegante, o lobo negro
Respira rápido o ar gelado
Sonha ainda com o retorno
Ao bando outrora amado
Ameaçado, com medo, o lobo negro
Teme pela própria sorte
Enxergando na névoa seu destino
O bosque lhe condenando à morte
Cansado, exausto, o lobo negro
Preso em memórias distantes
Lamenta ainda, tão perto do fim
Não poder voltar ao que era antes
Selvagem, feroz, o lobo negro
Despede-se do aqui e agora
Vislumbrando de longe a essência
O nascer denovo, a nova aurora
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