8.11.08

Artefato

Relógio em pedaços, tempo espalhado sobre a mesa
O tempo?
Só no relógio cinzento faz sentido
Naquelas engrenagens complicadas
Em cima do pescoço
Dos macacos

Intricado compasso, aberto sobre o alfabeto na mesa
Razão?
Só no desejo símio de falar com mortos
Naqueles rituais cheios de fumaça
Em casas fechadas
De bruxas

Caligrafia tosca, no livro na estante
Memória?
Só na cabeça hominídea que fala
Naqueles signos que olham pra trás
Em papel velho
Dos livros

Bússola enferrujada, dentro da gaveta
O destino?
Só nos pés Homo sapiens
Naquelas milhas que ficaram na lembrança
Em trilhas longínquas
Do passado


Isso aí foi escrito em tempo recorde (que não foi registrado), só pra ver se rolava.

No comments: